I. G. Lupino, em seu livro “Morto pela Morte”, nos leva a uma dimensão paralela habitada por anjos e demônios, criando um universo sombrio e repleto de mistério, onde a luta pelo poder e a sobrevivência ditam o ritmo da narrativa. O autor constrói uma história fascinante, centrada em Tank, um demônio da raça Deadroidh, cuja jornada é marcada por conflitos emocionais profundos, caçadas intensas e uma conspiração que pode desencadear o caos em seu mundo.

Desde as primeiras páginas, Lupino nos apresenta a um mundo radicalmente diferente daquele com o qual estamos familiarizados. Nesta dimensão, os anjos são a classe dominante, vivendo além de uma grande muralha que separa os dois grupos. Já os demônios, relegados a uma existência de submissão e luta constante, têm poucas oportunidades de ascender socialmente. Esse contraste entre as raças é explorado de forma brilhante pelo autor, que nos oferece uma visão distópica e cheia de nuances.

A ambientação é uma das grandes forças de “Morto pela Morte”. Lupino descreve com maestria cenários sombrios e opressivos, que servem como palco perfeito para a narrativa carregada de tensão. A sensação de perigo iminente é constante, e o leitor é envolvido em uma atmosfera de suspense que permeia cada página. É impossível não se sentir parte desse mundo, onde cada esquina pode esconder uma criatura sombria, e onde os personagens vivem à beira do colapso.

Tank, o protagonista da história, é um demônio Deadroidh que, apesar de sua aparência e natureza sombria, revela-se um personagem interessante e complexo devido aos seus conflitos e emoções. Ele é um caçador de seres sombrios, tarefa que exerce com competência, mas sem a paixão que normalmente se espera de um guerreiro. A monotonia de sua rotina, no entanto, esconde um desejo latente de mudar sua condição e alcançar o único cargo que poderia lhe oferecer uma ascensão social: o cargo de morte, que o permitiria viver entre os anjos.

O personagem de Tank é fascinante justamente por essa dualidade: ele é um ser criado para a guerra e a violência, mas que nutre uma esperança de mudar seu destino. A cada caçada, sentimos seu cansaço, sua frustração e, ao mesmo tempo, a centelha de esperança que o mantém em movimento.

A trama de “Morto pela Morte” ganha complexidade e profundidade à medida que Tank se vê envolvido em uma conspiração liderada pelos demônios mais poderosos de seu mundo. Essa conspiração, que ameaça desequilibrar a já frágil ordem entre anjos e demônios, coloca Tank em uma posição delicada, forçando ele a confrontar não seus inimigos e suas próprias crenças e lealdades.

Lupino explora temas de poder, corrupção e traição com uma habilidade impressionante. A conspiração que permeia a narrativa além de ser um elemento de suspense, também serve como uma reflexão sobre as dinâmicas de poder em sociedades autoritárias e a forma como os indivíduos, mesmo aqueles à margem, são afetados por essas estruturas. Tank, que inicialmente parece ser um mero peão nesse jogo de poder, revela-se um agente de mudança, cujo papel na trama vai muito além do que ele próprio imaginava.

Um dos aspectos mais marcantes de “Morto pela Morte” é a escrita de Lupino. O autor possui um estilo único, que mescla descrições detalhadas diálogos incisivos e cheios de subtexto. A narrativa é fluida e envolvente, mantendo o leitor preso à história do início ao fim. Cada capítulo traz uma nova surpresa, seja na forma de uma reviravolta inesperada, seja na revelação de mais um fragmento desse universo complexo.

Lupino também se destaca pela construção de cenas de ação intensas e emocionantes. As caçadas de Tank são descritas com uma precisão quase cinematográfica, fazendo com que o leitor sinta cada golpe, cada movimento, como se estivesse ao lado do protagonista. Essa capacidade de criar tensão e suspense é um dos pontos altos do livro, tornando a leitura uma experiência intensa e, por vezes, angustiante.

“Morto pela Morte” é, sem dúvida, uma leitura recomendada para os fãs de fantasia sombria. O universo criado por Lupino, com suas criaturas aterrorizantes e sua atmosfera opressiva, oferece uma experiência única, que mistura elementos de horror, ação e suspense de maneira magistral. O livro vai muito além de ser só uma história sobre anjos e demônios; é uma reflexão sobre a luta pelo poder, a busca por identidade e o desejo de mudança em um mundo onde as opções parecem limitadas.

A obra de Lupino se destaca por sua originalidade e por sua capacidade de manter o leitor constantemente à beira do assento, esperando pelo próximo evento chocante. Para aqueles que ainda não exploraram o gênero, “Morto pela Morte” é uma excelente porta de entrada, oferecendo uma narrativa rica e cativante que certamente deixará uma marca duradoura.

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Jornalista formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Mestrando em Comunicação pelo PPGCOM da UFPE. Amante da cultura pop, apaixonado por livros e adora escrever sobre temas diversos. Além disso, é um entusiasta de música, filmes e séries, sempre buscando explorar e compartilhar suas impressões sobre o mundo do entretenimento.

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