‘Eu ainda tenho você’, da autora Luiza Dalla, é uma incrível história de amor e reencontro com a vida
“Eu ainda tenho você”, de Luiza Dalla, é uma obra que convida o leitor a embarcar em uma jornada comovente de transformação, dor e esperança. O livro narra a história de Daniel, um jovem cuja vida foi drasticamente alterada aos nove anos, após um acidente que o deixou paraplégico e interrompeu o contato com seu pai.
Uma década se passa desde o fatídico atropelamento, e Daniel ainda se encontra perdido, lutando para encontrar um propósito em uma existência que parece ter sido arrancada de suas mãos. Porém, sua trajetória toma novos rumos quando ele conhece Bethanie, uma garota tão complexa quanto ele e com suas próprias cicatrizes a carregar.
O que torna “Eu ainda tenho você” uma leitura cativante é a forma sensível com que a autora trata temas tão delicados como o trauma, a deficiência física e a busca por um sentido maior na vida. A escrita de Luiza Dalla é fluida e envolvente, sem jamais cair em clichês ou fórmulas simplistas. Ao contrário, ela explora as nuances emocionais de seus personagens com uma profundidade que torna a história convincente e profundamente tocante.
Daniel é um protagonista com uma história marcada por dor e perdas. O atropelamento que o deixou paraplégico, além de limitar sua mobilidade, o afastou do pai, deixando um vazio emocional difícil de superar. Essa ausência paterna é um dos pontos centrais de sua dor, tanto física quanto psicológica, e contribui para a sensação de estagnação que ele experimenta ao longo dos anos.
Luiza Dalla consegue capturar com maestria a complexidade do luto e da adaptação de Daniel à sua nova realidade. Sua escrita revela a angústia interna do personagem, mostrando um jovem que, por mais que tente seguir em frente, parece estar preso a um momento traumático de sua vida. No entanto, o livro evita apresentar Daniel como uma vítima passiva de suas circunstâncias. Em vez disso, ele é um personagem que, embora marcado pela dor, busca uma forma de viver com dignidade, mesmo que nem sempre saiba como.
A forma como a autora descreve a relação de Daniel com seu próprio corpo é especialmente interessante. Ele se sente desconectado de si mesmo, como se sua identidade tivesse sido destruída no acidente, e a partir disso, o leitor é levado a refletir sobre a complexa relação entre o corpo e a autoestima. Essa luta interna de Daniel é o coração da narrativa, e é através dela que vemos seu amadurecimento e evolução ao longo da história.
Bethanie entra na vida de Daniel de maneira inesperada, trazendo consigo uma mudança significativa na sua perspectiva. No entanto, a autora evita o clichê da “salvadora” que vem resolver todos os problemas do protagonista. Bethanie é uma personagem tridimensional, com suas próprias fragilidades e desafios, o que a torna uma figura ainda mais cativante e realista.
A conexão entre Daniel e Bethanie não surge de forma imediata ou forçada. É construída lentamente, com momentos de vulnerabilidade compartilhada, onde ambos aprendem a se apoiar mutuamente em suas jornadas de cura. A relação deles é um dos pontos altos do livro, oferecendo ao leitor uma visão íntima de como o amor, o apoio e a amizade podem ser forças transformadoras.
A forma como Luiza Dalla desenvolve essa conexão é delicada, respeitosa e cheia de nuances. Bethanie não “conserta” Daniel, assim como ele também não a “salva”. Em vez disso, o que o livro nos mostra é que o amor não é uma solução mágica para o sofrimento, mas pode ser um catalisador para a aceitação e o crescimento pessoal.
O que torna “Eu ainda tenho você” uma obra particularmente envolvente é a habilidade de Luiza Dalla em equilibrar os momentos de dor com aqueles de esperança. Mesmo quando Daniel enfrenta as mais difíceis adversidades, há sempre uma centelha de possibilidade, um fio condutor de esperança que permeia suas interações, especialmente com Bethanie.
A autora nos lembra, constantemente, que a vida não é uma linha reta de sofrimento ou de felicidade. A narrativa reflete as complexidades da vida: Daniel pode estar lidando com perdas irreparáveis, mas isso não significa que ele esteja incapaz de encontrar novos motivos para viver. Essa dualidade é explorada de maneira comovente, criando uma narrativa que envolve o leitor do início ao fim.
Um dos maiores méritos de Luiza Dalla é a forma respeitosa e realista com que aborda a vida de Daniel como uma pessoa com deficiência. A autora não romantiza sua condição, tampouco a utiliza como uma metáfora rasa para sofrimento. Ao contrário, ela apresenta Daniel como uma pessoa completa, com desejos, medos e uma personalidade complexa que vai muito além da sua condição física.
“Eu ainda tenho você” oferece uma perspectiva rica e necessária sobre a acessibilidade e os desafios que uma pessoa com deficiência enfrenta, sem transformá-los em um fardo narrativo. A deficiência de Daniel é uma parte de quem ele é, mas não define toda a sua identidade.
“Eu ainda tenho você” é uma leitura emocionalmente intensa, mas também profundamente recompensadora. A sensibilidade de Luiza Dalla na construção de personagens complexos e de uma narrativa que trata temas difíceis com cuidado e respeito é o que torna este livro tão especial.
Ao explorar as experiências de Daniel e Bethanie, a autora nos lembra da resiliência humana e do poder das conexões, mesmo nas situações mais desafiadoras. É uma obra que merece ser lida por todos aqueles que buscam uma história de superação, amor e reencontro com a vida.
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