Maria Júlia: o despertar de uma jovem autora e o seu talento literário
Nascida em 2004 na cidade de São José do Rio Preto, Maria Júlia cresceu cercada por histórias, criatividade e o desafio de descobrir seu verdadeiro propósito.
Integrante de uma família numerosa e diversa, ela encontrou inspiração nas diferentes personalidades ao seu redor, mas foi em seu mundo interior que se moldou como autora.
Hoje, aos 20 anos, Maria Júlia celebra a realização de um grande sonho: a publicação de seu primeiro livro, Herdeiros da Destruição. Sua trajetória é marcada por superação, autodescoberta e o poder transformador da arte.
Uma infância repleta de imaginação
Desde pequena, Maria Júlia era reconhecida por sua imaginação fértil. Criava histórias para suas bonecas, gravava vídeos e passava horas brincando sozinha, sempre imersa em um mundo inventado por ela.
Os adultos, intrigados, frequentemente comentavam que ela parecia viver em outro universo. “Eu realmente sentia que viajava para esse tal mundo através da minha imaginação”, relembra.
Apesar do talento criativo, Maria Júlia conviveu com a pressão de atender às expectativas externas. Em sua infância e adolescência, tentava responder à clássica pergunta “o que você quer ser quando crescer?” com algo que agradasse os outros.
Aos 12 anos, declarou que queria ser arquiteta, mesmo sem qualquer afinidade com a profissão, apenas para atender aos anseios de seu pai.
Primeiros passos artísticos
No ensino médio, Maria Júlia começou a explorar sua veia artística. Em 2019, durante o primeiro ano do colegial, teve a ideia de adaptar Auto da Barca do Inferno para uma apresentação escolar.
Além de reescrever o texto, interpretou um dos personagens principais. A experiência marcou profundamente sua relação com as artes. “Até hoje me divirto reassistindo à peça”, comenta.
Embora tenha acreditado que sua vocação poderia ser a atuação, foi na escrita que Maria Júlia encontrou sua verdadeira paixão. Essa descoberta, porém, não foi imediata e aconteceu em um momento difícil: o início da pandemia de COVID-19.
A pandemia e o renascimento da escrita
Maria Júlia começou a escrever em 2018, inspirada por histórias que compartilhava com amigos. Uma ideia despretensiosa — imaginar como seria viver em uma casa com seu grupo de colegas — transformou-se no embrião de sua primeira obra.
Durante anos, a jovem escreveu capítulos pelo celular e mostrava para as amigas, que incentivavam a continuidade. Para ela, a escrita era um hobby, algo divertido e sem grandes pretensões.
Tudo mudou em 2020. Além das dificuldades trazidas pelo isolamento, Maria Júlia enfrentou a perda de um backup que apagou fotos e a história que havia criado.
O sentimento de vazio foi devastador. “Parecia que uma parte de mim tinha sido apagada”, relata. Mas foi nesse momento que percebeu a verdadeira importância da escrita em sua vida.
Decidida, recomeçou do zero, desta vez com mais maturidade e organização. “Coloquei o meu universo no papel, ou melhor, na tela do computador”, explica. Assim nasceu Herdeiros da Destruição, sua primeira obra, que logo se tornou seu maior sonho.
Um estilo literário inspirado no cotidiano
O estilo de Maria Júlia é marcado pela profundidade emocional dos personagens e pelo foco nas relações humanas. Inspirada por séries como Todo Mundo Odeia o Chris, Eu, a Patroa e as Crianças e Um Maluco no Pedaço, que assistia com a mãe, ela explora como os laços familiares e de amizade moldam suas histórias. “Adoro mostrar como as relações impactam os personagens e os que estão ao redor deles”, comenta.
Além da TV, Maria Júlia também herdou da mãe o gosto pela leitura. Durante a infância, foi incentivada a consumir livros como Diário de um Banana. Hoje, suas prateleiras estão repletas de sagas como A Seleção e Harry Potter. Sua obra favorita atualmente é a série O Lado Mais Sombrio, que combina fantasia e complexidade emocional, elementos que também permeiam suas histórias.
Outra influência importante veio do lado paterno: a empatia e atenção aos detalhes. Desde pequena, Maria Júlia gostava de ouvir histórias reais contadas por familiares. Essa habilidade de observar e compreender o outro tornou suas personagens mais humanas e marcantes.
Do sonho à realidade
Após concluir o ensino médio em 2021, Maria Júlia decidiu trabalhar para financiar a publicação de seu livro. Apesar do ceticismo inicial de seu pai, que considerava sua geração pouco empenhada, ela conseguiu um emprego como vendedora em uma loja de roupas de ciclismo, onde permaneceu por 1 ano e 7 meses.
No início de 2024, Maria Júlia deu um grande passo ao entrar em contato com editoras. Fechou contrato com uma que confiava e iniciou o processo de publicação de Herdeiros da Destruição.
O lançamento foi um momento de celebração. A noite de autógrafos, realizada ao lado de sua mãe e padrasto, reuniu amigos e familiares.
Ela mesma criou marcadores de páginas personalizados e exibiu a capa que desenhou. “Foi uma noite inesquecível, cheia de alegria e orgulho”, relembra.
Os planos para o futuro
Para Maria Júlia, Herdeiros da Destruição é apenas o começo. A jovem escritora já trabalha no segundo volume da saga, que considera o mais emocionante até agora, e tem planos para um terceiro livro. Paralelamente, anota ideias para novos projetos e espera construir uma base de leitores que acompanhem sua trajetória.
Maria Júlia reconhece os desafios de ser uma escritora independente, mas encara cada obstáculo com determinação. “Espero um dia ter uma comunidade que me apoie e me ajude a crescer”, afirma.
A trajetória de Maria Júlia é uma prova do poder transformador da criatividade e da resiliência. Do reencontro com sua paixão pela escrita durante a pandemia até a realização do sonho de publicar um livro, ela demonstra que acreditar em si mesma é o primeiro passo para conquistar grandes feitos.
Hoje, Maria Júlia é mais do que uma jovem autora; é um exemplo de que, com dedicação e coragem, é possível transformar um mundo de imaginação em uma carreira literária promissora.
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