Ilusão, de Mari Trevisan, é uma obra envolvente e surpreendente, que combina elementos de suspense, fantasia e drama adolescente com um ritmo ágil e instigante.

Com uma capa que exala mistério — uma fusão entre a arquitetura vitoriana de um castelo iluminado por uma lua cheia, o livro já nos captura antes mesmo de começarmos a leitura.

Entretanto, não se deixe enganar pela expectativa inicial de um clichê vampiresco. Trevisan nos transporta para uma narrativa muito mais sombria e complexa, onde as aparências enganam e nada é o que parece.

Catarina Simões, ou Katie, é a protagonista que conduz os leitores por essa montanha-russa emocionante. Aos 16 anos, ela sai do Brasil para estudar nos Estados Unidos, numa escola que mais parece um castelo medieval. A ambientação é rica e bem descrita, criando um cenário perfeito para os eventos estranhos e perturbadores que logo começam a se desenrolar.

Katie tenta se adaptar à nova vida, fazer amigos e lidar com a saudade de casa, mas as coisas tomam um rumo inesperado. Desde visões assustadoras até cenas de possessão e segredos obscuros, o cotidiano da jovem rapidamente se transforma em um verdadeiro pesadelo.

A escrita da autora é fluida e viciante, repleta de reviravoltas que não dão tempo para respirar. Ação, suspense e revelações chocantes surgem de maneira constante, deixando o leitor completamente imerso.

Os personagens, sem dúvida, são um dos pontos altos da trama. Cada um deles é cuidadosamente construído, com suas nuances e segredos. Katie, com sua coragem e vulnerabilidade, é uma protagonista cativante, mas é o elenco de apoio que rouba a cena em muitos momentos.

As gêmeas Ellesmére e Luhanna, por exemplo, são personagens fascinantes que flertam com a dualidade entre o bem e o mal. Há também Hayley, uma professora misteriosa, e Kyros, um vampiro ancestral que carrega um passado aterrorizante ligado à família de Katie. Cada interação entre esses personagens aprofunda a história, mantendo o leitor intrigado sobre suas verdadeiras intenções.

Um dos grandes trunfos de Ilusão é a forma como a narrativa evolui. Na primeira metade, somos apresentados a um mistério instigante, enquanto na segunda parte, a trama mergulha ainda mais fundo no sobrenatural. A descoberta de que Katie é uma híbrida — metade humana, metade vampira — é um divisor de águas na história, trazendo uma nova camada de conflito e urgência. Sua origem sombria e os perigos que enfrenta tornam impossível largar o livro.

Outro aspecto que merece destaque é a atmosfera criada por Mari Trevisan. A escola-castelo, com seu ar gótico e carregado de mistério, é quase um personagem por si só. A cada cena, a ambientação contribui para intensificar o clima de suspense, como se as paredes antigas escondessem segredos tão antigos quanto Kyros.

O desfecho de Ilusão é tão eletrizante quanto o restante da narrativa. Com muita ação, tensão e surpresas, o final deixa pontas soltas o suficiente para que os leitores criem teorias sobre os personagens e o que pode vir a seguir. Hayley e Kyros, em particular, prometem ser figuras centrais em um possível próximo volume, e os fãs certamente ficarão ansiosos para descobrir mais sobre eles.

No geral, Ilusão é uma leitura imperdível para fãs de histórias sobrenaturais e repletas de adrenalina. Mari Trevisan consegue equilibrar drama adolescente, fantasia e terror de forma magistral, entregando uma obra que cativa do início ao fim. Se você gosta de histórias de vampiros com ação e narrativas que desafiam sua percepção da realidade, este livro definitivamente precisa estar na sua estante.

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