O Anti-Clichê e Outros Contos, do autor Vitor Costa, é uma viagem literária com toques de surrealismo existencial e horror psicológico

Desde as primeiras páginas de O Anti-Clichê e Outros Contos, Vitor Costa nos convida a caminhar por territórios escuros, densos e, acima de tudo, provocativos.

A atmosfera criada pelo autor é como o sétimo andar de um prédio abandonado: silenciosa, desconfortável, repleta de rachaduras na estrutura e sombras nas paredes. Essa imagem é mais do que um cenário: é uma metáfora para as zonas obscuras do ser humano que ele nos faz visitar em cada história.

Ao reunir contos intensos, inquietantes e surpreendentes, Vitor constrói um livro que não se contenta em apenas entreter. Ele nos coloca diante de espelhos tortos, onde nossos medos, culpas, rejeições e solidões ganham forma. Sua escrita não busca conforto; ela provoca, instiga e, muitas vezes, desestabiliza, e é exatamente por isso que funciona tão bem.

O peso das referências e a originalidade da narrativa

Inspirado por ícones do cinema como Os Sonhadores de Bernardo Bertolucci, Pânico de Wes Craven, e a trilha sonora de Réquiem para um Sonho, composta por Clint Mansell, o autor imprime uma estética audiovisual à sua narrativa.

O ritmo narrativo, as pausas, os silêncios e a construção das cenas nos fazem quase escutar a tensão entre as linhas, como se estivéssemos assistindo a um filme psicológico de tirar o fôlego.

Mas engana-se quem pensa que Vitor apenas mergulha nas suas influências. Pelo contrário: ele transforma essas inspirações em material original, usando-as como alicerce para uma obra autoral, marcada por uma assinatura própria.

O resultado é uma antologia que transborda autenticidade e mostra o domínio técnico de alguém que conhece bem o ofício de contar histórias, e que respira cultura em cada palavra.

Contos que vão além da superfície

Não há espaço para o óbvio nesta coletânea. Os contos de O Anti-Clichê desafiam o leitor a ir além da superfície, buscando sentidos ocultos, metáforas afiadas e temas que incomodam.

Cada narrativa é uma pequena experiência imersiva, construída com precisão e profundidade. Não se trata apenas de suspense ou horror psicológico (embora esses elementos estejam presentes), mas de mergulhos emocionais que tocam em temas diversos.

O autor sabe criar personagens densos, quase sempre à beira do colapso, em situações-limite que revelam o que há de mais humano (e por vezes monstruoso) neles.

Há sempre uma tensão implícita, como se cada parágrafo estivesse à beira de explodir, e muitas vezes explode, deixando o leitor em choque.

A força do não-dito e a quebra de expectativas

Um dos grandes méritos do livro está na capacidade de Vitor Costa em trabalhar com o não-dito. Em muitos contos, o silêncio grita mais alto do que as palavras.

É nos espaços em branco, nos gestos sugeridos, nos olhares mal compreendidos que reside a verdadeira força dramática das histórias. Isso exige do leitor atenção, sensibilidade e disposição para completar os vazios, e é justamente esse convite à interpretação que torna a leitura tão rica.

Além disso, como o título já indica, O Anti-Clichê subverte o esperado. Os contos não seguem fórmulas prontas nem confortam com finais previsíveis. Vitor brinca com as expectativas e oferece reviravoltas que, embora surpreendentes, nunca soam artificiais. Elas são o desfecho natural de histórias que desde o início se recusaram a seguir os trilhos comuns.

Uma coletânea que provoca e transforma

A proposta do autor é clara: romper com os clichês e entregar ao leitor uma literatura que vá além da superficialidade. E ele cumpre essa promessa com ousadia, talento e uma voz própria.

Os contos reunidos aqui são pequenos mundos em colapso, onde personagens lidam com seus traumas, desejos e fracassos de forma intensa e por vezes brutal.

Não se trata de um livro para qualquer um. É uma leitura para quem está disposto a encarar o lado sombrio da existência, a refletir sobre o que nos assombra e, principalmente, a questionar os limites do que se espera da literatura contemporânea.

Se você busca histórias leves e previsíveis, talvez este não seja o seu livro. Mas se deseja ser desafiado, desconcertado e profundamente tocado por uma escrita afiada e consciente, O Anti-Clichê e Outros Contos é uma leitura obrigatória.

Vitor Costa entrega uma obra corajosa, perturbadora e absolutamente necessária. Ao costurar horror, drama, filosofia e arte, ele cria não apenas contos, mas experiências que ecoam muito depois da última página. Um livro que nos lembra que a boa literatura é feita para transformar.

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Jornalista formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Mestrando em Comunicação pelo PPGCOM da UFPE. Amante da cultura pop, apaixonado por livros e adora escrever sobre temas diversos. Além disso, é um entusiasta de música, filmes e séries, sempre buscando explorar e compartilhar suas impressões sobre o mundo do entretenimento.

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