Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan é a melhor versão do clássico de Dumas em 50 anos 

Para cada fiel adaptação de “Os três Mosqueteiros”, há diversas representações cinematográficas com ideias que destoam do livro e apresentam um modernismo exagerado. 

Aparentemente, os franceses estão cansados disso e recuperaram seu romance clássico para um épico de duas partes (a segunda parte chega no final de 2023). 

Graças a alguns ajustes criteriosos na trama e um compromisso total com a ação, o diretor Martin Bourboulon conseguiu fazer a melhor adaptação de Alexandre Dumas em décadas.

A história contada em os Três Mosqueteiros: D’Artagnan

O ano é 1627 e o jovem D’Artagnan (François Civil) está cavalgando para Paris com o objetivo de se juntar aos Mosqueteiros quando se depara com uma luta feroz. 

Isso se mostra significativo para uma ligação entre a rainha Anne da Áustria (Vicky Krieps) e um ministro inglês; aquele que Milady (Eva Green) e seu chefe Richelieu (Eric Ruf) estão tentando manipular. D’Artagnan e os amigos que ele logo faz terão que frustrar esses planos para salvar a Rainha e o Rei Louis XIII (Louis Garrel).

É um elenco forte antes mesmo de chegar ao trio titular: Athos (Vincent Cassel), Aramis (Romain Duris) e Porthos (Pio Marmai). Então fica claro que isso é uma espécie de Vingadores gauleses, com um embaraço de riquezas em trajes fabulosos e perucas esvoaçantes que caracterizam os nobres franceses da época em que a história se passa.

Os Três Mosqueteiros: diferenciais da adaptação

O que realmente o diferencia, no entanto, é a inteligência de sua adaptação. Bourboulon se aproxima de Dumas em momentos icônicos – a apresentação imprudente de D’Artagnan a seus companheiros, a história de fundo de Athos – de forma brilhante. 

Ele desenha questões oportunas de paranóia religiosa e política para dar profundidade às cenas de luta efetivamente caóticas, filmadas em tomadas longas e rápidas, e acrescenta alguma ressonância moderna à ousadia de Dumas. 

Em relação às cenas de ações, essa é uma das minhas pequenas queixas na adaptação, pois embora seja feita com extrema qualidade, a iluminação não é muito favorável em determinados momentos, o que torna a experiência um pouco confusa.

Com ainda mais conspiração do que o normal, os muitos fios da trama são ocasionalmente complexos, de maneira que esperamos que sejam desembaraçadas na segunda parte, mas é difícil se preocupar se os detalhes fazem sentido quando está galopando e duelando loucamente assim, por isso, aqui vai uma pequena crítica, mas com algumas ressalvas.

Vale a pena assistir Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan?

Se você é fã do clássico de Alexandre Dumas ou simplesmente adora uma boa história de aventura e ação, definitivamente vale a pena assistir a esta versão de Os Três Mosqueteiros

Embora muitas cenas sejam apresentadas de forma muito rápida e não seja possível contar de forma detalhada o que acontece na obra original (o livro é gigantesco), a adaptação funciona muito bem para as telas do cinema.

A escolha de dividir a história em dois filmes e a adição de dois spin-offs para a Disney+ – um centrado na personagem Milady de Winter e outro intitulado O Mosqueteiro Negro, baseado no primeiro negro a se tornar mosqueteiro – demonstra um desejo em expandir o universo dos Mosqueteiros tanto no cinema quanto na TV. 

Embora esse seja um hábito comum entre os americanos, não há motivo para reclamar, especialmente se as futuras produções forem tão bem-sucedidas quanto essa adaptação. Pessoalmente, mal posso esperar para assisti-las sem medo de ser feliz.

No geral, é um filme muito bom que vale o seu tempo, principalmente se você conhece a história contada nas páginas do livro. 

Por fim, recomendamos que você assista o filme e prepare-se para uma experiência cinematográfica inesquecível: “Um por todos, e todos por um!”

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Jornalista formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Mestrando em Comunicação pelo PPGCOM da UFPE. Amante da cultura pop, apaixonado por livros e adora escrever sobre temas diversos. Além disso, é um entusiasta de música, filmes e séries, sempre buscando explorar e compartilhar suas impressões sobre o mundo do entretenimento.

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