Poemas para quem nunca cresceu inteiro, da autora Luiza Passini Vaz-Tostes, é uma obra sensível e poética que costura o que a vida rasgou

Poemas para quem nunca cresceu inteiro, da autora Luiza Passini Vaz-Tostes, é uma dessas obras que não se encaixam em definições fáceis ou estruturas rígidas.

Mais do que um livro de poemas, é um diário aberto, um suspiro entre palavras, um espelho para todos aqueles que carregam no peito cicatrizes invisíveis.

Escrito com a coragem de quem se permite sentir profundamente, ele acolhe com suavidade quem lê, oferecendo versos como se fossem abraços antigos, memórias partilhadas ou cartas não enviadas.

Um livro que nasce do silêncio e do excesso

A escrita de Luiza surge de lugares silenciosos, de quartos fechados, de sessões de terapia, de relações familiares silenciadas, de lembranças que persistem mesmo quando tentamos esquecê-las.

Ela mesma descreve sua obra como uma coleção de fragmentos, de uma menina que não cresceu inteira, de uma mulher que escreve para não desaparecer. E essa descrição diz muito sobre a experiência da leitura: poemas para quem nunca cresceu inteiro é um convite à introspecção, à vulnerabilidade, à escuta interior.

Cada página parece sussurrar: “você também sente assim, não é?”. Há uma identificação imediata com as dores e dúvidas da autora.

A sensação de não se encaixar, de carregar um afeto desmedido em um mundo que exige frieza, de tentar se manter firme quando tudo dentro de si é caos. Luiza não escreve para ensinar ou resolver, mas para acompanhar e, talvez, isso seja ainda mais poderoso.

Versos que acolhem

Os poemas da obra não seguem uma única forma ou estrutura. São livres, curtos, intensos, às vezes quase como respirações entrecortadas. E é justamente nessa liberdade que mora sua força. Cada poema é um recorte da alma, uma tentativa de organizar sentimentos bagunçados, de dar forma ao indizível.

É fácil imaginar um leitor segurando o livro como quem segura uma lembrança. Revisitando versos como quem volta a um lugar conhecido. Porque, em meio às dores e fragilidades descritas por Luiza, há também esperança, beleza e uma sensibilidade aguçada para o que há de mais simples.

Para quem ainda sente demais

Em uma sociedade que frequentemente valoriza o desempenho, a razão e a objetividade, Poemas para quem nunca cresceu inteiro é uma ode à sensibilidade. É um manifesto poético para quem ainda sente demais e, por isso mesmo, muitas vezes se sente deslocado, incompreendido, fragmentado.

Luiza escreve para os que, como ela, tentam se costurar com palavras. Seus versos tocam em temas como saúde mental, solidão, afeto, memória, família, luto, cansaço, e também naqueles momentos sutis em que o amor e a dor se confundem.

A autora, com sua escrita honesta e íntima, nos mostra que a poesia pode ser uma forma de sobrevivência. Uma forma de continuar, mesmo quando tudo parece desabar.

Um espaço de reconexão

A experiência de leitura deste livro não é linear, ela pulsa. É possível abri-lo em qualquer página e encontrar um fragmento que te diz algo naquele instante. Os poemas funcionam como pequenas ilhas de sentimento, permitindo pausas, reflexões e identificação. Isso torna a obra perfeita para leitores que gostam de voltar e reler, de marcar versos favoritos, de guardar frases no coração.

Além disso, a estética da obra contribui para sua atmosfera sensível. O título em letras minúsculas já antecipa o tom da narrativa: não há gritos aqui, mas murmúrios que pedem atenção. Tudo é pensado com delicadeza, desde a escolha das palavras até a estrutura visual dos poemas.

Um livro que se torna companhia

Ao final da leitura, fica a sensação de que poemas para quem nunca cresceu inteiro é mais do que um livro, é um companheiro silencioso. Um espaço seguro onde a dor encontra abrigo e o sentir deixa de ser excesso para virar força. Luiza Passini Vaz-Tostes constrói, com suas palavras, uma ponte entre quem escreve e quem lê. Uma ponte feita de empatia, humanidade e poesia.

Se você já se sentiu quebrado, se já tentou esconder partes suas por medo de não ser compreendido, se já buscou nas palavras um jeito de continuar, esse livro é para você.

E mesmo que nunca tenha se identificado assim, é impossível sair ileso dessa leitura. Ela te toca. Te expande. E, principalmente, te lembra que crescer inteiro talvez nunca seja o objetivo, mas sentir com verdade, isso sim, pode ser um caminho.

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Jornalista formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Mestrando em Comunicação pelo PPGCOM da UFPE. Amante da cultura pop, apaixonado por livros e adora escrever sobre temas diversos. Além disso, é um entusiasta de música, filmes e séries, sempre buscando explorar e compartilhar suas impressões sobre o mundo do entretenimento.

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