A Reserva: minissérie traz crítica afiada com tensão crescente

Com uma trama perturbadora e abordando assuntos importantes, A Reserva é uma das séries mais assistidas da Netflix atualmente e conta com apenas seis episódios, conseguindo impactar o telespectador.

Trazendo reflexões pertinentes e abordando temas sensíveis, mas que devem ser debatidos, essa minissérie fisga a atenção desde o primeiro minuto com seu suspense e drama.

Qual é a história de ‘A Reserva’?

Mostrando o ponto de vista de Cecile (Marie Bach Hansen), uma mulher da elite local que fica preocupada depois que Ruby (Donna Levkovski), uma au pair filipina dos vizinhos desaparece, e suspeitas surgem por parte da polícia e da personagem principal.

Cecile decide investigar para descobrir a verdade, acreditando que algo terrível possa ter acontecido com a jovem, que cuidava de Oscar (Frode Bilde Rønshol), filho de Rasmus (Lars Ranthe) e Katarina (Danica Curcic).

A polícia não leva a sério a situação, mas Aisha (Sara Fanta Traore), uma detetive novata, continua investigando de forma incisiva, achando que a família para qual Ruby trabalhava possa ter algo a ver com seu sumiço.

Aos poucos, vemos Cecilie ficar inquieta, mesmo que ela leve uma vida aparentemente perfeita com luxo, uma carreira de sucesso e um casamento estável com Mike (Simon Sears). Assim, ela vai fazendo descobertas que vão mudar ela para sempre e deixa-la cada vez mais atordoada diante de uma situação que vai aumentando e se tornando mais chocante.

Por que ver ‘A Reserva’?

Com uma tensão crescente, a minissérie dinamarquesa consegue construir uma atmosfera psicológica angustiante ao desenrolar dos fatos, fazendo com que seja quase impossível desgrudar os olhos da tela. Dessa forma, é difícil segurar a curiosidade e não ver tudo de uma vez.

A minissérie nórdica da Netflix mostra uma perfeita contraposição da vida de uma elite e da vida de uma au pair. A própria Cecile conta com a ajuda de uma imigrante filipina, Angel (Excel Busano), que é dedicada em seu trabalho e é amiga da jovem desaparecida.

Essas vidas opostas acabam se chocando diante do sumiço de Ruby e mesmo que a personagem central tenha uma visão crítica sob sua bolha, ela ainda pertence a essa mesma classe e por isso, seu ponto de vista é enviesado, mas mostra que podemos criticar o nosso entorno, principalmente quando atos moralmente questionáveis são cometidos.

Assim, é abordado na minissérie a influência da classe social no comportamento humano e a relação entre pais e filhos. Os perigos das redes sociais para os mais novos é um dos debates que a série levanta, adolescentes ficam expostos quando utilizam as redes sem o controle dos pais e ficam com acesso ilimitado a tudo que a internet pode oferecer, e podem acabar ultrapassando os limites.

Crítica social em a ‘A Reserva”

Outro ponto importante discutido ao longo dos seis episódios é o programa Au Pair, muito comum na Europa. O assunto imigração está em constante debate diante do mundo globalizado em que vivemos e da desigualdade social.

Por isso, jovens de países em desenvolvimento vão para países mais desenvolvidos em busca de novas oportunidades, e acabam enfrentando diversos desafios. E fica o questionamento: será que esse programa é realmente uma troca social ou uma forma de conseguir mão de obra barata?

A forma que a família anfitriã da trabalhadora desaparecida reage diante de seu sumiço é chocante, eles demoram a comunicar seu desaparecimento à polícia e não se mostram preocupados, vendo Ruby como uma simples empregada pobre e estrangeira.

O telespectador mais atento e acostumado com mistérios, pode ser que descubra logo o que aconteceu, mas isso não tira o brilho de A Reserva, que consegue perturbar desde o começo. É nessa inquietação que relevantes debates surgem e deixa quem estiver assistindo reflexivo, além de trazer suspense e drama na medida certa.

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Jornalista formada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pós-graduanda em Ciência Política pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). Apaixonada por tudo que envolve cultura pop e adora escrever sobre qualquer coisa que se passa pela sua mente. Louca por Demi Lovato, Taylor Swift, Harry Styles e Lana Del Rey e, sempre que possível, faz de tudo para ver um show deles. Contato: raquel.santa.rosa@hotmail.com

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