Emily Brontë, foi uma das famosas irmãs Brontë, formadas por ela e suas irmãs Charlotte e Anne. Todas as suas irmãs escreveram obras memoráveis que também viraram clássicos.

Ela publicou apenas uma obra que foi “O Morro dos Ventos Uivantes” e até hoje aparece na lista de mais vendidos mundialmente. Com uma escrita intensa e envolvente, ela cativou muitos leitores. Mas quem foi essa escritora?

Infância e amor pela escrita

Emily Brontë nasceu em 30 de julho de 1818 na Inglaterra. Seu pai era um reverendo e foi na paróquia que ela e seus irmãos estudaram os clássicos da literatura e também artigos publicados na imprensa. Com isso, ela teve contato desde jovem com diversos autores como Mary Shelley e Lord Byron, despertando um amor pela literatura que iria durar até o fim de sua vida.

Em 1821, ainda muito jovem, ela perdeu sua mãe, vítima de câncer e foi enviada para um colégio interno onde passou por diversas dificuldades, como fome, frio e castigos constantes. A condição de vida era tão precária que, duas de suas irmãs, Maria e Elizabeth, morreram devido a febre tifoide. Mais tarde, ela, e suas outras irmãs sobreviventes e seu irmão foram criados pelo pai em casa, junto de sua tia Elizabeth Branwell.

Com apenas 13 anos, Emily, e sua irmã Anne começaram a escrever histórias, mas grande parte foi perdido, restando apenas algumas páginas soltas. Ela escreveu, junto com Charlotte e Anne, um livro de poemas que foi publicado em 1846.

Vida pessoal

A vida pessoal de Emily Brontë foi envolta em mistério e não se sabe muito sobre ela, além disso, ela morreu muito jovem com apenas 30 anos. As informações sobre a personalidade de Emily provêm dos registros de sua irmã, Charlotte, autora do famoso livro Jane Eyre. 

O que se sabe sobre o jeito de Emily é que ela era bastante reclusa, introvertida e excêntrica, e o único amor que teve contato foi ouvindo história dos outros, mesmo tendo escrito uma derradeira história de amor que moldou a literatura gótica.

Ela era extremamente tímida e alguns biógrafos dizem que seu jeito beirava à misantropia – condição que uma pessoa tem aversão ou ódio à humanidade.

Sua paixão pela leitura e escrita veio do pai, que sempre incentivou isso para seus filhos, incluindo as mulheres, algo raro para a época. Foi com apenas 28 anos que Emily escreveu sua obra-prima, mas ela não viu em vida seu sucesso e só viu seu livro ser vendido apenas duas cópias, algo bem diferente do momento atual em que sua história virou um verdadeiro clássico.

Emily também escreveu poemas e algumas outras histórias, porém pouco sobreviveu, sendo O Morro dos Ventos Uivantes seu único livro de ficção publicado. 

Uma vez, sua irmã, Charlotte, foi convidada para ser professora e levou Emily junto, mas, por conta de sua intensa timidez ela não se adaptou a escola e voltou para casa, o que demonstra sua dificuldade em se relacionar com outras pessoas.

O Morro dos Ventos Uivantes: sua obra-prima

Foi apenas em 1847 que Emily Brontë publicou sua célebre obra, mas na época que foi lançado não fez sucesso devido ao clima tenso  no livro e por isso foi mal compreendido, pois os críticos se sentiram incomodados com certos elementos da obra e acusaram de violência psicológica excessiva. Ironicamente, o que antes era motivo de crítica é que faz do romance único e a razão pelo seu grande sucesso.

Enquanto muitos livros faltam da transformação de caráter para melhor, O Morro dos Ventos Uivantes vai na contramão e mostra o pior do ser humano. Heathcliff é o maior exemplo disso tudo, nele foi despertado um intenso desejo de vingança, que ele fará de tudo para cumprir.

Somente no século XX, através de críticos de renome como Lord David Cecil, é que a obra foi devidamente reconhecida. Desde então, a obra se tornou mais influente e conquistou diversos leitores, tendo diversas adaptações para o cinema e para o teatro. Na saga Crepúsculo é o livro favorito da personagem principal, Bella Swan.

Morte e legado

Com apenas 30 anos, em 1848, Emily Brontë morreu devido a um quadro de saúde fragilizado por conta de uma tuberculose e constipação grave, além disso, ela relutou bastante em buscar ajuda médica. 

Mesmo morrendo tão jovem, Emily entrou para a história com seu célebre livro que influenciou diversos escritores e escritoras com seus personagens complexos e sua escrita cativante.

Além disso, mostrou a força feminina na obra, algo raro para a época. Ela escreveu apenas um romance e mesmo assim conseguiu ser referência na literatura mundial.