Filme Guerra Civil: uma história que retrata os horrores de uma nação dividida

O filme Guerra Civil, longa metragem norte-americano estrelado pelo brasileiro Wagner Moura, é uma distopia que conta a história dos Estados Unidos diante de uma guerra entre os próprios americanos. E é a partir daí que quatro jornalistas resolvem embarcar em uma viagem pelo país até chegar em Washignton, sede do governo e onde o presidente se encontra cada vez mais isolado, com o objetivo de fazer uma última entrevista com ele.

Quando o repórter Joel (Wagner Moura), a fotojornalista Lee Smith (Kirsten Dust), o experiente jornalista Sammy (Stephen Henderson) e a aspirante a fotojornalista Jessie (Cailee Soaeny) resolvem partir em uma aventura para o que se espera ser o fim do conflito, vemos cada mais de perto os horrores da guerra que assola os Estados Unidos.

Sem se aprofundar demais nos personagens, o foco é o conflito que vem destruindo o país. Diante de imagens chocantes, é difícil não se impressionar diante de tamanha violência e da tensão presente em todo o filme. A atmosfera angustiante que o diretor e roteirista Alex Garland habilmente construiu choca mais pelo fato de que isso poderia deixar de ser ficção e se tornar realidade num futuro não tão distante assim.

Do ponto de vista dos quatro jornalistas, vemos como é trabalhar num meio tão complexo que é uma guerra. Com uma fotojornalista iniciante que se choca com todos os horrores (Jessie) e uma bem mais experiente que aparenta lidar bem com tudo isso, mas isso afeta ela mais do que ela demonstra (Lee), vemos pontos de vistas diferentes.

Ver esses dois mundos distintos, Lee em um primeiro momento fica com raiva por Joel trazer alguém tão jovem para um contexto feito esse, traz diferentes perspectivas para o telespectador, mostrando uma guerra diferente para cada um.

Com um enredo forte, Guerra Civil não buscar explicar o porquê das coisas, mas sim em mostrar a verdade nua e crua de um conflito armado dessa magnitude em um país feito os Estados Unidos. Os fatos estão ali, e cabe ao telespectador ligar os pontos.

O diálogo entre Lee e Jessie sobre seus pais que estão em uma fazenda alheios a tudo que está acontecendo, mostra algo que é comum no cotidiano de muita gente. Quantas vezes fechamos os olhos para as atrocidades que acontecem frequentemente na sociedade? Nós só nos importamos quando nos afeta diretamente, o que acontece com os outros, quase ninguém se importa.

Além disso, há a polarização da sociedade que pode chegar a níveis extremos, como o longa mostra. Uma nação dividida vai gerar intensos conflitos, onde para que se chegue a um lado vencedor, muitas perdas irão ser sentidas e muitas vidas serão destruídas.

Os aspectos políticos não são tão trabalhados assim no filme, mostrando mais a guerra em si e como ela transforma a sociedade de maneira brutal- e também mostra algo que já estava adormecido ali – expondo o pior lado do ser humano, onde muitos nem sabem por que estão participando do conflito e a morte vira algo banal.

A atuação de Kirsten Dunst é impactante, pois apesar de ela se mostrar como alguém que não se sensibiliza com os horrores que fotografa, vemos que no fundo, ela esconde todas as suas emoções, apenas para conseguir sobreviver. Wagner Moura, que vem construindo sua carreira internacional assim como outros brasileiros, também mostra o seu incrível talento como um personagem mais relaxado diante do conflito nacional, além de Cailee Soaeny como a aspirante fotojornalista que se choca com tudo e Stephen Henderson como um jornalista experiente que quer cumprir com seu papel.

Além disso, há a participação de Jesse Plemons, que apesar de sua curta participação consegue mostrar a intensidade do personagem, que dá um pouco de explicação para quem assistir Guerra Civil.

A mixagem de som é outro ponto que merece destaque e dá toda a atmosfera tensa presente em todo o longa. Os barulhos de tiro mesclado com o silêncio foram muito bem executados, fazendo com que a experiência do filme seja positiva do começo ao fim.

Para quem quer ver um filme em que tudo seja explicado, talvez esse filme não seja para você. Mas, se você quiser um filme que crie uma história intensa e que cause uma sensação de imersão nos conflitos retratados, além de uma crítica que, se você reparar bem, está lá, não deixe de conferir o filme. O longa vem fazendo sucesso nos Estados Unidos e no Brasil.

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Jornalista formada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pós-graduanda em Ciência Política pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). Apaixonada por tudo que envolve cultura pop e adora escrever sobre qualquer coisa que se passa pela sua mente. Louca por Demi Lovato, Taylor Swift, Harry Styles e Lana Del Rey e, sempre que possível, faz de tudo para ver um show deles. Contato: raquel.santa.rosa@hotmail.com

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