Greenwich Park, primeira obra da jornalista Katherine Faulkner é daquele tipo de livro que vai te prender do começo ao fim e vai te deixar viciado na escrita envolvente. Ao dar início a história com uma carta que a personagem Helen recebe de alguém que está preso, já ficamos curiosos para saber quem é essa pessoa e o que ela fez. Ao adentrar na história, é fácil ficar fascinado com a escrita cativante, pois começamos a sentir que fazemos parte dessa história cheia de reviravoltas.

Depois de lermos a carta endereçada a Helen, o primeiro capítulo é do ponto de vista dela e é narrado em primeira pessoa, o que torna tudo mais pessoal e mergulhamos de vez na cabeça da personagem.

Helen é uma mulher extremamente insegura e que teve alguns problemas no passado depois de perder seus pais num trágico acidente e perder vários filhos, ainda na gestação, ela agora está grávida novamente e fará tudo ao seu alcance para que esse bebê sobreviva. Ao perder tantos entes queridos, Helen se sente sozinha em relação a isso, e a solidão vai acompanhar ela onde quer que ela vá.

Ela tem dois irmãos: Charlie e Rory. O primeiro é um pouco irresponsável, e ela não tem uma relação muito boa. Já com o segundo, ela mantém um ótimo relacionamento, mas tem inveja da esposa dele, Serena. Ela é tudo que Helen mas quer ser: linda e confiante. Além disso, ela também está grávida.

Ao chegar nas 24 semanas de gravidez, Helen entra em um curso para grávidas e é lá que ela conhece uma jovem mulher chamada Rachel, que se aproxima dela, mas Helen logo nota um comportamento estranho por parte da nova amiga.

Rachel não parece nem um pouco que está grávida, pois não larga dos seus vícios como bebida e cigarro e é alvo de julgamento alheio e da própria Helen, que por ter perdido tantos filhos não entende como alguém pode não se importar tanto assim. Apesar de ter opiniões distintas em relação a Rachel, Helen não hesita em ajudar, afinal, Helen também precisa de uma amiga e acha que o que sua colega precisa é de amparo. Como a narrativa é em primeira pessoa, ficamos sabendo cada pensamento que Helen tem, até mesmo os pensamentos que ela não tem orgulho.

Certo dia, Rachel aparece na sua casa pedindo abrigo, e apesar de ter pensamentos conflitantes, Helen não consegue dizer não. E o que era estranho, fica ainda mais estranho, gerando conflitos para Helen e seu marido, Daniel.

O livro também é narrado pela personagem Kate, jornalista e namorada do seu irmão mais novo, Charlie, e por Serena. Da mesma forma que Helen, é escrito em primeira pessoa, o que deixa a narrativa mais particular a cada personagem, expondo seus conflitos internos e ideias que passam pela sua mente.

Com esses três pontos de vista, mas tendo Helen como personagem principal, vemos diferentes formas de ver o mundo. Enquanto Katie, que é uma amiga de infância de Helen, é focada no trabalho e no momento tem toda sua atenção voltada para um caso específico, que a vem perturbando de forma profissional e emocional. Serena é apresentada como uma mulher de beleza única e vive cercada de amigos, sendo muito diferente de Helen, gerando até mesmo alguma tensão entre as duas.

Na história é mostrada de forma detalhada a solidão de Helen, que também é a solidão de muitas mulheres que vão ser mães, ou já são mães. Helen se vê desamparada em um momento único e se vê assustada, pois ela não quer sofrer outro aborto e passar por tudo aquilo de novo. Vemos a angústia e sofrimento que a personagem sofre, é por isso que ela acaba se apegando tanto a Rachel, mesmo ela sendo um pouco esquisita.

Esse thriller psicológico é uma ótima leitura para os amantes de suspense e não vai deixar você se desgrudar do livro e ao começar a ler você só vai querer parar a leitura quando finalizar a história, pois é uma leitura viciante e bem escrita.

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Nota: 9.0/10