A Ilha, livro de Adrian McKinty, mesmo autor de A Corrente, é um thriller de tirar o fôlego, e se eu fosse escolher uma palavra para defini-lo, seria: tenso. A tensão permeia toda a história, do começo ao fim. Sendo assim, considerado um dos melhores thrillers do ano de 2022 e não é por menos, visto que o livro vai te deixar viciado e curioso para saber o final.

A escrita de McKinty é envolvente, deixando o leitor sedento por mais história e querendo saber o que vai acontecer diante de tantas reviravoltas, tensões e mistério. Se você gosta de um bom trhiller, leia esse livro, você não vai se arrepender.

Sobre o livro

A história gira em torno de uma família estadunidense que viaja para a Austrália devido a um congresso que o pai, Tom, um médico viúvo, vai participar. Ele vai junto com sua nova esposa, Heather e seus dois filhos. Eles então, resolvem visitar uma ilha isolada para ver os famosos animais da Austrália. No entanto, o que era para ser um sonho acaba se tornando um verdadeiro pesadelo.

Heather é uma mulher jovem, de apenas 24 anos, que se casa com um homem mais velho, Tom. Tom perdeu a mulher há um ano e pretende recomeçar junto com seus filhos e Heather. Mas as crianças ainda sentem falta de sua mãe. Para se aproximarem, uma viagem para a Austrália parece ser tudo o que faltava, sendo uma oportunidade perfeita para se aproximarem.

Eles se tornam alvo de uma perseguição implacável por parte dos moradores da ilha depois de um trágico evento, se tornando uma presa para uma grande família que mora nessa ilha há um bom tempo e mal tem contato com a civilização.

Ao pisar na ilha, eles já percebem que há algo de muito errado com essa família e pretendem ir embora, mas um terrível acidente os tornam reféns desses moradores locais e colocam suas vidas em risco.

A ilha

Eu já tinha lido A Corrente do mesmo autor e gostei bastante. A Ilha consegue ser melhor e mais cativante com uma narrativa de tirar o fôlego e fazer com que você se sinta preso nessa história e curioso para saber o que vai acontecer. 

Ao me deparar com a busca por sobrevivência dos personagens e a incivilidade de alguns personagens e o fato de se passar em uma ilha, me lembrou o clássico O Senhor das Moscas. Onde crianças sofrem um acidente de avião e se veem perdidos em uma ilha, sendo que muito tempo sem contato com a sociedade, acaba mostrando o pior lado de alguns seres humanos.

A família que vive na remota ilha não tem muito contato com outros seres humanos de fora da ilha, sendo assim, vivem em um mundinho fechado com suas próprias regras, distintas da maioria da população e quando eles veem seu pequeno mundo ameaçado, eles mostram seu pior lado. 

Os personagens

Com conflitos internos bem definidos, podemos conhecer melhor cada personagem e entendê-los melhor, sendo assim, tornando a história mais cativante e deixando o leitor curioso e ansioso para saber o que mais vai acontecer com essa família.

Heather é uma mulher forte e com sede de viver, isso fica bem claro quando ela passa por diversos obstáculos. Mas será que ela vai conseguir? É uma família contra ela e mais uma criança e uma adolescente, as chances são pequenas, mas ela está disposta a tudo para sobreviver.

Algumas cenas são bastantes difíceis de ler, o lado mais horrendo do ser humano é exposto e ver o sofrimento intenso de pessoas não é nada fácil. Então, se você for bastante sensível, talvez não seja o melhor livro para você. Mas se você consegue ler situações de violência, vale muito a pena dar uma chance para essa história! 

Crítica à sociedade

A escrita ágil e envolvente é outro ponto forte da leitura. Além disso, há uma crítica forte para a sociedade em toda a história. Uma parte muito legal do livro é que o terreno onde fica a ilha da família, na verdade, não pertence a eles. Era uma terra de povos originários e esses novos moradores simplesmente usaram da violência para expulsar os verdadeiros donos.

Eles se acham os responsáveis pela ilha e acham que podem fazer o que bem entenderem, quando na verdade a ilha não pertence a eles. Isso é uma crítica do autor a muitas sociedades que cresceram diante da desgraça alheia e perpetuaram no poder num lugar que não é seu e só foi conquistado através de muita violência.

E quem são as pessoas quando ninguém está olhando? Quem nos tornamos na busca por sobrevivência? Será que nos comportamos na sociedade porque somos boas pessoas ou por que estamos sendo observados e julgados? Foram algumas das perguntas que ficaram na minha mente ao ler esse livro.

Com uma narrativa claustrofóbica, tensa e um suspense eletrizante, esse livro vai te conquistar e você só vai querer parar de ler quando terminar a história! Vale a pena ser lido por todos os fãs de um bom suspense.

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Jornalista formada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pós-graduanda em Ciência Política pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). Apaixonada por tudo que envolve cultura pop e adora escrever sobre qualquer coisa que se passa pela sua mente. Louca por Demi Lovato, Taylor Swift, Harry Styles e Lana Del Rey e, sempre que possível, faz de tudo para ver um show deles. Contato: raquel.santa.rosa@hotmail.com

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