O livro 1984 é uma distopia que foi escrita em 1949, por George Orwell. Considerada um dos maiores livros de todos os tempos, e talvez a distopia mais famosa, o livro influenciou diversos pensamentos na sociedade atual. Além disso, vários conceitos criados no livro se tornaram realidade, demonstrando assim a atualidade da obra, mesmo depois de anos terem se passado do seu lançamento.

O livro gira em torno de Winston Smith, um funcionário do governo totalitário em que vive. Já começa o livro mostrando o descontentamento com a sociedade atual, visto que ele discorda veementemente da forma como seu país é conduzido.

Num futuro próximo, o mundo é dividido em apenas três localidades: Eurásia, Lestásia e Oceânia. E todos esses países vivem, à sua maneira, um regime que não é nada bom para seus cidadãos.

Amar é proibido 

Apesar de conviver com pensamentos contrários ao governo, Winston não faz nada até então. Até que conhece Julia e aí sua vida muda para sempre. Ela também não concorda com o governo, e juntos resolvem ser, de certa forma, revolucionários.

No governo atual, é praticamente proibido amar livremente, o amor não existe mais e casais só ficam juntos para procriar. Então, quando Winston e Julia resolvem transgredir essa norma e começam a se amar, é sim, transgressor.

Se amar em uma sociedade que considera o amor um erro, é uma forma de protestar, de lutar contra a ditadura imposta e que quer controlar todos os aspectos da vida de seus cidadãos.

O governo controla presente, passado e futuro

Smith trabalha no Ministério da Verdade, fazendo falsificações para que a história mostre sempre que o regime está sempre certo. Não basta controlar o presente e futuro, mas também o passado. O livro mostra a importância que um governo tem ao controlar o cidadão o tempo todo, mudando até mesmo sua percepção da realidade.

A história conta como cada indivíduo tem que ser vigiado 24 horas. Sem privacidade ou liberdade de expressão, os indivíduos vivem em privação de seus direitos básicos e tem que seguir as normas do governo ditatorial, se não, você é preso, torturado, morto ou pode acontecer das três coisas ao mesmo tempo.

Qualquer atitude distinta da ideologia do Grande Irmão, é severamente punido pela Polícia do Pensar, sendo assim, uma das mil maneiras que o governo utiliza para destituir os seus indivíduos de qualquer direito básico.

O personagem principal começa a questionar

Todos parecem obedecer de forma exemplar a esse governo ditatorial, mas, Winston Smith, funcionário do Ministério da Verdade, começa a questionar certas atitudes.

Apesar de começar tomando atitudes pequenas, como ter um caderno subversivo, ele se depara com uma oportunidade de enfrentar o sistema e ele quer por um fim nesse sistema absurdo vigente.

O contexto do livro é essencial para entender a obra

Para entender esse livro, é preciso compreender o contexto em que foi escrito. Em 1949, apesar da Segunda Guerra Mundial ter acabado, novos sistemas foram impostos.

A crítica principal que Orwell faz é para União Soviética de Stálin. Apesar de se denominar um socialista, o escritor teceu diversas críticas ao “comunismo” imposto na União Soviética., visto que não concordava com a forma que o governo era imposto e como, na verdade, era só mais uma ditadura em que o ditador só se importava em ter cada vez mais poder e não se importava nem um pouco com o povo.

O mundo estava dividido, a Guerra Fria já havia começado, o mundo era partido ao meio, onde um lado sempre antagonizava outro e você era obrigado a decidir em qual posição você se encaixava.

Uma releitura mais crítica

Dito isso, podemos entender melhor a crítica que Orwell apresentou. Eu li esse livro pela primeira vez, há cerca de dez anos e resolvi reler recentemente com essa nova edição da DarkSide, editora que sou fã de carteirinha e faço coleção dos livros.

O livro continua magnífico, mas é claro que a Raquel de 15 anos é bem mais ignorante que a Raquel de 25, então, ao ler atualmente esse livro, pude entender mais e espero ler esse livro novamente daqui a 10 anos e poder absorver cada vez mais essa obra-prima que foi um marco na sociedade.

Um dia, Winston resolve se rebelar

O medo, o caos, a insegurança e a frequente iminência de uma guerra são algumas das características da sociedade que Smith vive. Ele sente medo de tudo, até mesmo de existir. Tudo isso por conta da intensa opressão e repressão que o governo comanda.

Até que certo dia, ele decide de libertar das amarras desse sistema e sai em busca da tão sonhada liberdade. Porém, o governo não vai deixar barato e o próprio Winston vai ter que lidar com conflitos internos.

Uma obra atemporal

Apesar de ter sido publicado há mais de 50 anos, o livro permanece bastante atual. Visto que, diversos recursos apresentados pelo autor, são utilizados atualmente.

O famoso conceito de 2 + 2 = 5 é ótima representação de como o governo descrito no livro pode alterar até mesmo a realidade física e percepções ditas como verdadeiras, quando a mentira passa a ser considerada verdade e mostra que o tirano do livro pode controlar tudo.

A vigilância constante é algo relevante atualmente. Em quase todos os locais há formas de observar indivíduos. E todo governo ditatorial utiliza disso para poder controlar seus indivíduos.

A propaganda, usada como forte arma para manipular a população no livro, é utilizada atualmente como forma de influenciar ideias e pensamentos. 

Todos esses artifícios são utilizados para que os privilegiados continuem no poder e assim perpetuem toda a sua dominação de classes. A crítica principal do livro é como um governo, que diz ser pelo povo, na verdade perpetua os privilégios de classe. Como um governo que se diz socialista, que deveria prezar pelo coletivo, na verdade continua com os mesmos problemas do capitalismo. É como se trocasse 6 por meia dúzia.

O governo do livro é socialista? Será mesmo?

Fica claro que quem comanda este poder ditatorial descrito no livro é um governo totalitário. Isso faz muito sentido, visto que há menos de 5 anos da publicação do livro a Segunda Guerra tinha terminado. Um confronto que foi marcado por governos totalitários, vide o nazismo na Alemanha e o regime de Stálin na União Soviética.

Por ser socialista, George Orwell se sentiu extremamente decepcionado como os governos ditos de esquerda continuavam com as mesmas atitudes dos governos de direita. Será que aquilo era mesmo um governo de esquerda? Porque esse tipo de governo preza pelo povo, e tirar direitos da população não é nada socialista, além de ser antidemocrático.

1984, é, antes de tudo, um alerta pela maneira como o poder corrompe. E como a utilização de tecnologia e autoritarismo usados para vigiar e punir a sociedade não é uma boa combinação.

Esse com certeza é um dos melhores livros que eu já li e mudou meu modo de pensar. Amo livros que me transformam.  Se você ficou curioso para ler essa obra-prima, compre agora mesmo essa versão em capa dura!

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Jornalista formada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pós-graduanda em Ciência Política pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). Apaixonada por tudo que envolve cultura pop e adora escrever sobre qualquer coisa que se passa pela sua mente. Louca por Demi Lovato, Taylor Swift, Harry Styles e Lana Del Rey e, sempre que possível, faz de tudo para ver um show deles. Contato: raquel.santa.rosa@hotmail.com

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