A representatividade em This Is Us: como a série traz visibilidade a temas importantes

Elenco da série This Is Us

A série This Is Us, tem uma premissa bem simples: mostra a vida de uma família em várias linhas do tempo. Acompanhamos a infância, juventude e velhice da família Pearson. Tudo começa quando o casal Rebecca (Mandy Moore) e Jack (Milo Ventimiglia) decidem adotar um recém-nascido que foi abandonado, depois de Rebecca engravidar de trigêmeos e perder o terceiro filho.

Assim, o grande trio nasce e acompanhamos mais de perto as dificuldades e dilemas de cada um. Randall (Sterling K. Brown), um advogado que está procurando seu pai biológico, Kate (Chrissy Metz), que está lidando com questões de autoestima e lidando com traumas e Kevin (Justin Hartley) um ator que parece ter tudo, mas no fundo está procurando por um significado na vida.

Parece ser uma história bem banal, até mesmo comum, mas não é bem assim. This Is Us brilha contando os problemas de cada personagem da série de forma magnífica e trazendo significado para experiências comuns e para aquelas mais sérias. É nessa linha que a série traz destaque a vários adversidades presentes na sociedade e como é importante ter a representatividade para trazer à tona esses problemas. Para saber mais, continue lendo!

Representatividade negra em This Is Us

Randall Pearson e sua família

Randall é um personagem extremamente inteligente, até mesmo acima da média em vários aspectos. É bem-sucedido e competente em tudo o que faz. Mesmo assim, nada disso o protegeu de sofrer racismo repetidas vezes ao longo da vida. Sendo um indivíduo negro vivendo numa família branca, ele soube desde pequeno que era diferente ao se deparar com questões como pertencimento, negritude e a pressão de sempre mostrar que é o melhor e se destacar de alguma forma.

Além do personagem de Randall, temos diversas mulheres negras como Beth Pearson (Susan Kelechi Watson), que também teve uma vida difícil e teve que abandonar seu amor pela dança para depois redescobri-lo anos mais tarde. Suas filhas, Tess (Eris Baker), Annie (Faithe Herman) e Deja (Lyric Ross) também tem suas individualidades e nuances e lidam de formas diferentes com os percalços da vida. Com a série, vemos a resiliência desses personagens e como ainda é difícil ser negro na sociedade em que vivemos.

Representatividade LGBTQ+ em This Is Us

Willian Hill

As pessoas da comunidade LGBTQ+ também são lembradas nessa incrível série, que trata com delicadeza temas sérios e importantes. Um personagem emblemático da comunidade é William Hill (Ron Cephas Jones), que é o pai biológico de Randall e aparece como uma ótima surpresa. O personagem é, desde o começo, apresentado como um homem bissexual. A bissexualidade dele é vista, em um primeiro momento, com certa estranheza pelo seu filho, mas depois é tratada de forma natural e espontânea. Esse personagem tem uma importância enorme, visto que pessoas bissexuais são constantemente esquecidas e não são levadas a sério.

A filha de Randall, Tess, se descobre lésbica muito jovem, e ela conta com o apoio de toda a família, sendo acolhida de forma sincera. Mas sabemos que a realidade nem sempre é assim. Muitos jovens sofrem intensamente na sua própria casa, onde são rejeitados e tratados com aversão. Ver uma família que respeita seu integrante, é muito gratificante e deveria ser a regra em todo núcleo familiar.

A saúde mental como foco em This Is Us

Nick Pearson

Cada personagem luta com seus próprios demônios e isso é deixado claro ao longo das temporadas. O vício é um assunto que é amplamente debatido e como ele pode afetar qualquer um. Jack lidou com isso, assim como seu pai, seu filho, Kevin, e seu irmão, Nick (Griffin Dunne). Outro vício falado é de William, que lidou com vícios em substâncias e precisou procurar ajuda diversas vezes para tratar do problema.

Além disso, a depressão de Toby (Chris Sullivan) é colocada em foco quando ele para de tomar os remédios para aumentar as chances de Kate engravidar. Juntos, eles terão que se unir ainda mais para fazer com que ele melhore e vença essa terrível doença.

Outro transtorno apresentado é a ansiedade, retratada no personagem de Randall, desde o começo da série vemos como esse problema afeta a vida do personagem interpretado por Sterling K. Brown. Ele só decide procurar ajuda, depois que sua filha apresenta o mesmo problema. O transtorno alimentar também é representado com a amiga de Kate, Madison (Caitlin Thompson), que lutou boa parte da sua vida contra a doença e mostra como ela afeta diferentes partes da vida.

Kate e seus problemas de autoimagem

Kate Pearson

Kate é uma mulher gorda que sempre teve problemas de autoestima devido a diversos traumas relacionadas a sua aparência, sendo ridicularizada por pessoas que se diziam ser suas amigas, constrangida e maltratada em relacionamentos, tendo passado até mesmo por relacionamento abusivo, onde foi tratada da pior forma possível.

A gordofobia que Kate sofre é retratada de diversas formas, desde sua infância até o momento atual de sua vida. Ela pensava que nunca iria ser amada por conta do seu peso, mas tudo muda quando ela conhece Toby e entende que ela pode sim, ser amada, e principalmente, se amar. Vemos que o amor principal que ela deve possuir é o amor próprio e as coisas só vão caminhar quando ela gostar de si mesma. 

Envelhecimento em This Is Us

Rebecca Pearson

Ao retratar diversas fases do ser humano, é natural que a terceira idade seja representada nessa série belíssima, que fala de forma delicada a chegada da velhice. A maior representação disso, está na personagem de Rebecca, vemos uma mulher ativa na juventude e já na velhice, é diagnosticada com mal de Alzheimer, o que mostra a a fragilidade da condição humana, e como estamos sujeitos a diversos acontecimentos que fogem do nosso controle.

O jeito que This Is Us escolhe para contar a história de uma família é feita de forma encantadora e singela, com atuações impecáveis que fazem com que tudo aquilo pareça real e não sendo difícil chorar nos episódios. A série possui 6 temporadas e está disponível em: Amazon Prime Video e Star+.

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Jornalista formada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pós-graduanda em Ciência Política pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). Apaixonada por tudo que envolve cultura pop e adora escrever sobre qualquer coisa que se passa pela sua mente. Louca por Demi Lovato, Taylor Swift, Harry Styles e Lana Del Rey e, sempre que possível, faz de tudo para ver um show deles. Contato: raquel.santa.rosa@hotmail.com

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